Florestas são áreas com alta densidade de árvores e essenciais para a vida na Terra
Sem florestas não há vida. Florestas são áreas com alta densidade de árvores e responsáveis pelo fornecimento da maior parte da água doce que consumimos, do ar limpo que respiramos e também por criar as condições necessárias para produzirmos nossos alimentos. Elas mantêm os rios saudáveis e asseguram a qualidade de vida em vários aspectos, mas para continuarem a garantir todos esses benefícios elas precisam estar saudáveis com sua fauna e flora preservadas.
Para homenagear o Dia Internacional das Florestas e da Árvore (21 de março), separamos algumas curiosidades sobre a Amazônia e a Mata Atlântica, as maiores florestas do Brasil, que oferecem os maiores índices de biodiversidade do mundo, ou seja, possuem a maior quantidade de espécies de fauna e flora.
Perfil da Amazônia
Bioma: Amazônia
Tamanho: 5,5 milhões de quilômetros quadrados (apenas no Brasil)
Total desmatado: 19%
Localização: América do Sul (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela)
Total de espécies flora: 14 mil espécies
Total de espécies fauna: ao menos 5.005 espécies diferentes de grandes animais
Principais ameaças: Invasão de terras públicas, desmatamento, queimadas, grilagem, uso predatório dos recursos
Árvore típica: Sumaúma (Ceiba pentandra)
A Sumaúma (Ceiba pentandra) é uma das mais famosas árvores da Amazônia. Ela também é das mais altas árvores das florestais tropicais, chegando a 60 metros de altura e três metros de diâmetro do caule –e exatamente por isso, tem os apelidos de “mãe da floresta” ou “escada para o céu”. Na floresta e sob boas condições, pode viver até 120 anos. A Sumaúma prefere ambientes alagados, por isso ocorre com maior frequência em áreas de várzea e possui muita água em sua estrutura interna.
Sua raiz é chamada “sapopema” e tem como principais características serem grandes, achatadas e ligadas ao tronco. Por seu tamanho, elas servem de abrigos para animais e plantas menores. Alguns povos originários batiam nas sapopemas para mandar recados –o golpe emite um enorme ruído que ecoa floresta adentro e servia para dar avisos como “estou chegando” ou “estou perdido”. A paina, uma espécie de algodão que envolve as sementes da Sumaúma, é usada na indústria para fazer enchimento de colchões e travesseiros, assim como isolamentos térmicos. A Sumaúma é da família malvaceae e é considerada uma “prima próxima” do cupuaçu e do cacau.
O que é a Amazônia
Ocupando uma área de mais de 5 milhões de quilômetros quadrados em nove países diferentes, a Amazônia é a maior floresta tropical do planeta, guardando um grande estoque de recursos naturais. Ela também tem enorme importância na regulação climática da Terra.
Inúmeros recursos são oriundos da Amazônia, como frutas (açaí, castanha-do-Brasil, graviola, tucumã, guaraná, cupuaçu); peixes (tambaqui, pirarucu, matrinxã) e itens como borracha e madeiras nobres como ipê, piquiá, itaúba, jatobá e cumaru.
Entre os benefícios trazidos por essa floresta, estão a exportação dos “rios voadores” para toda a América do Sul –uma enorme quantidade de vapor d’água que viaja pela atmosfera e ajuda na manutenção do regime de chuvas de todo o continente.
Esses rios voadores são formados por ar limpo e contribuem com o amortecimento das condições climáticas extremas da região –é por isso que não existem furacões no Brasil, por exemplo.
O WWF-Brasil desenvolve diversos projetos na Amazônia, buscando a conservação dos recursos naturais do bioma, como plantais e animais; ajudando na construção de paisagens resilientes e sustentáveis; e promovendo uma economia de baixo carbono, engajando o setor privado na adoção de critérios socioambientais em seus investimentos.
Perfil da Mata Atlântica
Bioma: Mata Atlântica
Tamanho: 1,3 milhão de quilômetros quadrados (apenas no Brasil)
Total desmatado: 87,6%*
Localização: América do Sul (Brasil, Argentina e Paraguai)
Total de espécies flora: 20 mil espécies
Total de espécies fauna: ao menos 2.040 espécies diferentes
Principais ameaças: Desmatamento, fragmentação de áreas, expansão urbana desordenada e exploração predatória de recursos naturais.
Árvore típica: Araucaria (Araucaria angustifolia)
A Araucaria (Araucaria angust) é uma das espécies mais ameaçadas da Mata Atlântica tanto por desmatamento quanto por mudanças climáticas. A espécie ocupa regiões altas e mais frias e pode ser uma das primeiras extintas do bioma. Por ter uma madeira considera nobre, foi explorada intensivamente e estima-se que restam apenas 3% da cobertura original de araucárias no Brasil.
É também conhecida como pinheiro brasileiro, chega a até 50 metro de altura com o tronco medindo 2,5m de diâmetro. Suas sementes são os nutritivos pinhões, são alimento para diversas aves e têm função importante no meio ambiente. E também são fonte de rendas para pequenos produtores locais.
A árvore também deu origem ao nome do bairro de Pinheiros, na cidade de São Paulo. Hoje, infelizmente, todas as araucárias nativas da cidade foram extintas, as poucas que existem foram plantadas no Horto Florestal de São Paulo, na zona Sul.
Assim como a araucária, a Mata Atlântica possui outras espécies ameaçadas de extinção que contribuem para a estruturae saúde da floresta, como é o caso da palmeira Palmito-Juçara (Euterpe edulis), altamente explorada pelo palmito de maneira ilegal. A espécie é chave na manutenção da floresta saudável por fornecer alimentos e proteção para centenas de aves. A árvore é uma parente próxima do açaí e seu fruto igualmente saboroso, estudos recentes descobriram que o fruto da Juçara possuí ainda mais vitaminas que o açaí.
O que é a Mata Atlântica
A Mata Atlântica é uma das florestas com maior biodiversidade do mundo. Abrange cerca de 15% da área total do Brasil e está distribuída em 17 Estados (Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe). Ela é casa de mais de 72% da população brasileira. É a responsável por fornecer água e possibilitar atividades fundamentais para a economia como a agricultura, pesca, energia e lazer.
Apesar da grande importância econômica e ecológica, é o bioma mais degradado do Brasil, restam apenas 12,4% (Atlas da Mata Atlântica 2019, elaborado pela SOS Mata Atlântica e Inpe) de cobertura original, sendo que existem apenas dois grandes contínuos que estão localizados na Serra do Mar entre o Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro e o Alto Paraná, na região de Foz do Iguaçu na fronteira com a Argentina e Paraguai. As demais áreas são extremamente fragmentadas, prejudicando a conectividade ambiental e o fornecimento de serviços ecossistêmicos essenciais para a qualidade da floresta.
Essa fragmentação ameaça espécies importantes da biodiversidade brasileira como a onça-pintada. Estima-se que restam apenas 300 em todo o bioma. Caso a degradação prossiga, a mata atlântica pode se tornar o primeiro bioma do mundo a perder seu animal topo de cadeia, acarretando em severos prejuízos à biodiversidade.
A manutenção da Mata Atlântica saudável e em recuperação é fundamental para a qualidade de vida de todos nós seres humanos, pois sem ela a nossa qualidade do ar e da água tendem a cair inviabilizando algumas atividades.
Desenvolvemos projetos de restauração e conservação da Mata Atlântica ajudando na conectividade entre os fragmentos, conservação de espécies e na promoção de paisagens mais resilientes para as pessoas, setores produtivos e para a biodiversidade Entre os projetos que desenvolvemos está o Raízes do Mogi Guaçu, que está restaurando as nascentes do rio Mogi Guaçu, fortalecimento de RPPNs (Reservas Privadas do Patrimônio Natural), conservação de onças-pintadas com parceria com o Projeto Onças do Iguaçu, Instituto Manacá e Instituto Curicaca além de fazer parte do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, que tem como objetivo principal restaurar 15 milhões de hectares até 2050.
Saiba mais sobre os desafios e resultados da restauração da Mata Atlântica no podcast Tom da Mata, uma realização do WWF-Brasil em parceria com o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica.
*Atlas da Mata Atlântica, Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
Por Douglas Santos e Jorge de Oliveira
Fonte: WWFBrasil