O número de focos de calor em Mato Grosso até 11 de setembro deste ano já superou em 20% o total de focos de todo o ano passado. Somente nos últimos sete dias, a média foi de 630 novos focos por dia. O total entre 5 e 11 de setembro foi de 4.409 novos registros – bastante superior à semana anterior, com 1.915 focos de calor registrados em sete dias. A seguir neste ritmo e considerando que a estação chuvosa ainda está longe de iniciar, é possível que o número de focos chegue a 35 mil ocorrências, o que seria o maior número em um ano desde 2010.
Áreas protegidas
As ocorrências de focos de calor em terras indígenas já respondem por 22% do total no período proibitivo e a proporção está aumentando em relação ao total no estado. No acumulado desde janeiro, são 3,8 mil focos, aumento de 51% em relação ao mesmo período no ano passado. As terras indígenas do povo Xavante são as mais afetadas no acumulado desde janeiro deste ano. Nesse ano de 2019, sete das dez terras indígenas mais críticas de Mato Grosso são Xavante. As TIs Pimentel Barbosa (402 focos), Marechal Rondon (397 focos) e Areões (395 focos) são as mais afetadas. De acordo com as lideranças Xavantes, a maior parte dos focos parte de fora dos limites das terras.
Entre as unidades de conservação, as que protegem o Cerrado são as mais afetadas pelas queimadas até agora. O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães fechou nesta semana para visitação devido ao risco oferecido pelo fogo dentro do parque. A estimativa é que o fogo já tenha consumido 5 mil hectares de vegetação.
Biomas e categorias fundiárias
Cresce o número de ocorrências no Cerrado, que já responde por 39% do total. O bioma Amazônia tem 58% e os outros 3% estão no Pantanal. Colniza dificilmente deixará a posição de liderança como município com o maior número de ocorrências – já são 1,5 mil desde 15 de julho, quando o uso de fogo para manejo agropecuário é proibido pelo Estado. É seguido por Aripuanã, Nova Bandeirantes e Apiacás, todos da região Norte e Noroeste.
Imóveis rurais cadastrados respondem por 45% do total de registros de focos de calor desde o início do período de proibição; 25% são áreas não cadastradas e 6% em assentamentos da reforma agrária.
Os dados são do satélite de referência adotado pelo INPE compilados até 11/09.