Artigo publicado no nature.com, mostra de maneira simples, como as regiões costeiras são mais afetadas pelos impactos das alterações climáticas e a importância de existir um diálogo entre diversas áreas (econômicas, sociais e ecológicas) para avaliar esses impactos e pensar em soluções para amenizar o eles podem provocar na vida da população que vive nessas áreas e depende deles para sua sobrevivência.
As regiões costeiras representam apenas 10% da área terrestre da Terra, mas grande parte da população global vive à 100km do mar, chegando à quase metade da população, pois atraídos pelas vantagens proporcionadas nas regiões, o número de pessoas que se instalou nessas regiões aumentou nos últimos 50 anos em uma proporção maior e mais rápida do que nas regiões do interior por exemplo.
Esse aumento da população consequentemente passou a impactar no aumento de poluição, uso inadequado de terras, crescimento das áreas impermeabilizadas por asfalto, pesca excessiva e outros fatores que alteram o equilíbrio desse ecossistema e, esses fatores, aliados as alterações climáticas coloca essa população em risco com o aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos.
Uma coleção de obras da Nature Communications que abrange ecologia costeira, biogeoquímica e processos físicos, ressalta que o ambiente costeiro possui características únicas que o diferenciam de ambientes totalmente terrestres ou marinhos e para superar os desafios enfrentados nessas regiões é preciso que a ciência da costeira seja vista e considerada única, mas é fato que ao longo do último século, a taxa de aumento médio do nível no mar global acelerou, dobrando na última década para 4mm por ano, o que pensando globalmente não parece muito, mas esse aumento não ocorre de maneira uniforme e os impactos causados por essa mudanças também não é uniformemente distribuído, o que pode prejudicar mais uma região do que outra. Regiões como Tuvalu e as Ilhas Marshall no Pacífico Sul e regiões baixas da Baía de Chesapeake nos Estados Unidos, já estão perdendo terras e forçando a realocação de residentes.
As comunidades costeiras e suas lideranças, precisam se atentar ao fato de que já é hora de pensar em medidas de proteção, prevenção e redução do impacto da vida do ser humano nessas regiões, pois impactos contínuos do mar, do aquecimento do oceano e mudanças químicas que estão ocorrendo, aumentam a possibilidade de eventos climáticos extremos, que causam destruição, morte e prejuízos financeiros incalculáveis e para isso devem buscar especialistas em ciência costeira.
O custo após um evento extremo é sempre maior que o custo de um plano de prevenção, manutenção do ecossistema e redução do impacto da vida humana nele.
Por: Denise Maldonado – Mundo Certo
Fonte de informações: nature.com