Um dos maiores problemas que enfrentamos quando falamos ou pensamos em uma maneira mais sustentável de viver no planeta, é a geração de lixo.
Sabemos hoje que, só no Brasil, cada pessoa gera em média 1kg de lixo por dia e, se multiplicarmos esse número pela quantidade de habitantes em nosso país, conseguimos ter uma noção do quanto isso é assustador.
E é assustador não só pela quantidade gerada, mas também porque grande parte desse lixo, ainda é descartado em lixões a céu aberto por todo país.
Temos ainda no Brasil, uma média de 3.000 lixões a céu aberto recebendo milhares de toneladas de lixo todos os dias, e as consequências disso para meio ambiente e a população, vão desde a contaminação do solo e águas subterrâneas, geração de gases tóxicos, até a proliferação de pragas e doenças.
Para entender melhor a situação, vamos esclarecer o que é um lixão a céu aberto e o que é um aterro sanitário, que é a opção que deveríamos ter por todo país desde 2014, ano que foi estipulado como meta para a extinção dos lixões pela PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos):
– Lixões são lugares a céu aberto onde todo e qualquer tipo de lixo (resíduos ou rejeitos) é despejado de maneira irregular e até ilegal, diretamente sobre o solo, sem qualquer tipo de cuidado e proteção. Ali esse material se degrada gerando o chorume, que contamina o solo e os lençóis freáticos ou águas subterrâneas, gerando gases tóxicos como o metano, proliferando pragas e doenças, entre outros fatores de risco para a saúde do homem e do planeta.
Nesse caso, existe ainda um risco maior para a vida humana, pois muitas pessoas dependem da venda do resíduo reciclável para sua sobrevivência e passa os dias nesses locais separando o que pode ser vendido do restante do material em decomposição, respirando gases tóxicos, circulando entre caminhões que, durante todo o dia despejam mais resíduos ali, além de outros fatores de risco.
Famílias inteiras, incluindo crianças passam os dias nesses locais buscando materiais recicláveis (papel, vidro, alumínio e plástico) para vender e sobreviver.
– Aterros sanitários, são áreas planejadas, obras de engenharia de diversos segmentos, com impermeabilização, sistemas de captação, armazenamento e tratamento do chorume, dos gases tóxicos, sistemas de eliminação de odores, possuem linhas de separação de material reciclável do restante do material e todo o manejo dos resíduos é feito de maneira adequada para proteger o solo, os lençóis freáticos e o ar durante o processo de decomposição desse material.
São áreas criadas para diminuir o impacto ambiental, separar resíduos para reciclagem, gerar biocombustíveis, biofertilizantes e até o chorume é tratado e transformado em água de reuso, além de diversos outros processos.
Os aterros sanitários possibilitam ainda que as famílias que têm sua renda obtida através do material vendido para reciclagem, trabalhem em linhas de separação com toda segurança necessária.
Mas… Mesmo que conseguíssemos acabar com todos os lixões a céu aberto e ter apenas aterros sanitários em nosso país ou qualquer outro local do mundo, ainda não seria o suficiente para amenizar o impacto da quantidade de lixo gerada pelo ser humano todo os dias.
Com o aumento da população, o tamanho do problema só aumenta e precisamos nos conscientizar de que temos que fazer nossa parte e reduzir o lixo que geramos diariamente.
Pensando individualmente, como você pode reduzir o lixo que gera todos os dias?
É fácil reduzir?
Sabemos que não e também que a redução total é impossível, mas com algumas atitudes simples, podemos sim reduzir bastante essa quantidade e, se cada um fizer um pouco, adotando em seu ambiente de trabalho ou em casa novos hábitos, a diferença passa a ser significativa.
Apenas uma pessoa reduzir seu lixo não fará realmente diferença, mas se cada um de nós tiver a mesma intenção e adotar novos hábitos, a redução toma outra proporção e poderemos ter resultados significativos no impacto que nosso estilo de vida causa ao planeta.
Algumas atitudes simples que podem ser adotadas por muitos e fazer diferença:
- Fazer a separação do material que pode ser reciclado e descartar corretamente;
- Adotar canecas ou copos de vidro, porcelana e outros materiais duráveis, deixando de utilizar diariamente para o café, chá, sucos ou água copos descartáveis. Se você utiliza 6 copos por dia, o que é pouco dependendo do que consome, em 30 dias terá deixado de jogar no lixo 180 copos plásticos e, se ampliar isso para um departamento ou empresa, a quantidade é absurdamente maior e significativa;
- Se fizer questão de utilizar canudos, existem kits à venda de inox, por exemplo, que podem ser lavados e reutilizados, evitando os descartáveis seja de plástico ou papel;
- Quem tem cachorros de pode adotar o tapete higiênico lavável e abolir os descartáveis;
- Quem tem gatos pode utilizar nas caixas, a areia biodegradável;
- A bucha de limpeza pode ser substituída pela bucha vegetal, é biodegradável e, mesmo que use a bucha feita de material que possui petróleo em sua composição, se morar em condomínios, por exemplo, pode adotar o programa de logística reversa dessas buchas que já são disponibilizados por alguns desses fabricantes;
- A escova de dentes de plástico pode ser trocada pela de bambu, que se for extraído e replantado, é sustentável sim, pois é biodegradável;
- Na hora da compra de legumes, frutas, hortaliças e outros produtos a granel, existe a opção de levar suas sacolas e sacos de tecido ou outro material reutilizável em vez de usar o de plástico oferecido pelo comércio em geral;
- A sacola plástica do supermercado já é assunto antigo e sabemos que podemos trocar pela nossa própria sacola;
- Quem tem plantas em casa pode fazer a compostagem doméstica com o lixo orgânico e utilizar o adubo resultante dela nas plantas;
- Depois de utilizar o óleo de cozinha, ele pode ser coletado em seu condomínio ou você pode buscar os pontos de coleta na internet para descartar corretamente;
- Verificar se é absolutamente necessário imprimir documentos e outros e, se não tiver opção, utilizar os dois lados da folha para reduzir a quantidade de papel utilizada;
- Na hora de comprar qualquer produto, prefira as embalagens biodegradáveis ou retornáveis;
- Para descarte de materiais eletroeletrônicos procure instituições, ONGs e outros que reutilizam e reaproveitam esses materiais, pontos de coleta que direcionem esses materiais para essas instituições ou verifique com o fabricante como fazer a logística reversa desse produto;
- Pense e planeje antes de comprar evitando desperdício de qualquer tipo de produto ou alimento;
- Materiais promocionais feitos com lona, restos e recortes de tecidos, uniformes, pneus, pallets e outros materiais também são utilizados em projetos de geração de renda por instituições dos mais diversos tipos, pesquise para descobrir para onde direcionar.
Essas são dicas simples, que todos nós podemos adotar, mas existem diversas outras maneiras de colaborar e reduzir a geração de lixo se utilizarmos a regrinha básica de “repensar, reduzir, reciclar, reaproveitar e reutilizar”.
Quando você começar a mudar suas atitudes, talvez algumas pessoas à sua volta riam ou te chamem de ecochato, mas também existem as que vão se contaminar como seu exemplo e começar a agir diferente tecendo uma teia de pequenas ações que no final, geram um grande resultado.
Por: Denise Maldonado – Mundo Certo, empresa atuante no mercado de Sustentabilidade desde 2010. transformando desafios em possibilidades, disponibilizando materiais criados para ampliar a conscientização sobre a importância da Sustentabilidade para todas as idades e realizando projetos para empresas, escolas e outras entidades que possibilitem a inclusão social, geração de renda, criação de empregos, utilização de produtos ou resíduos como forma de gerar renda e desenvolver pessoas, entre outros.
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